• Doença de Alzheimer

    22 de novembro, 2015

    A doença de Alzheimer é uma doença cerebral irreversível e progressiva que destrói lentamente a memória, habilidades de pensamento e a capacidade de realizar as tarefas mais simples. Na maioria das pessoas, os sintomas aparecem pela primeira vez em seus meados dos anos 60. A dAlzheimeroença de Alzheimer, é a causa mais comum de demência em adultos mais velhos. Seus sintomas incluem perda de memória, problemas de linguagem e comportamento imprevisível.

    Não se sabe por que a Doença de Alzheimer ocorre, mas são conhecidas algumas lesões cerebrais características dessa doença. As duas principais alterações que se apresentam são as placas senis decorrentes do depósito de proteína beta-amiloide, anormalmente produzida, e os emaranhados neurofibrilares, frutos da hiperfosforilação da proteína tau. Outra alteração observada é a redução do número das células nervosas (neurônios) e das ligações entre elas (sinapses), com redução progressiva do volume cerebral.

    Estima-se que existam no mundo cerca de 35,6 milhões de pessoas com a Doença de Alzheimer. No Brasil, há cerca de 1,2 milhão de casos, a maior parte deles ainda sem diagnóstico. Embora o tratamento (farmacológico e não farmacológico) possa ajudar a controlar os sintomas, atualmente não há cura para esta doença.

    Ao contrário do que ocorre com outras doenças, não há restrição de um ou mais alimentos que se aplique aos pacientes com Alzheimer. Ajustes na dieta poderão ser feitos de acordo com as consequências da doença, de forma individualizada. Embora não exista uma dieta determinada, é preciso ter cuidado com a alimentação, para que não haja excesso ou carência de algum nutriente. Seguem algumas dicas:

    Dicas para perda de apetite:

    • Estimule a alimentação com o uso de utensílios coloridos e alimentos de cores diferentes, fazendo com que chamem a atenção do paciente e despertem seu interesse pela refeição.
    • Opte por alimentos que possam ser manipulados com as mãos, para aumentar o interesse pelo contato.
    • Sirva uma pequena porção de alimentos de cada vez.

    Dicas para problemas cognitivos:

    • Se esquecer de comer: deve ser acompanhado pessoalmente durante as refeições.
    • Dificuldades de atenção podem tornar o paciente lento e também fazer com que ele perca a meta de suas ações distraindo-se. Nesses casos, é importante o acompanhamento e o monitoramento verbal da ação, para que a ingestão ocorra com a comida aquecida, evitando recusa devido à baixa temperatura.

    Dicas para questões físicas:

    • Alguns problemas poderão surgir como, por exemplo, a dificuldade de deglutição e os engasgos. Informe ao médico e procure um fonoaudiólogo, ao constatar pigarros ou pequenos engasgos durante as refeições.
    • Problemas na boca: corte os alimentos em pequenos pedaços e, em alguns casos, triture-os.
    • Dificuldade de mastigação e deglutição: costuma surgir nas fases mais avançadas da doença. Quando isso ocorre, deve-se fazer uma adaptação na dieta visando à adequação da consistência (substituir os alimentos sólidos pelos pastosos) e o aumento da densidade calórica (menores volumes com concentração de calorias).

    Dicas para fome exagerada:

    • Estimule o paciente a comer devagar.
    • Caso insista em consumir uma grande quantidade de um tipo específico de alimento, procure adaptar os horários e as quantidades para que esse consumo seja adequado e não prejudique o consumo de outros alimentos. Evite alimentos ricos em caloria em grande quantidade.
    • Ofereça alimentos com intervalos mais curtos (em intervalos de duas horas a três horas).

    Dica para inabilidade em cozinhar:

    • Se a pessoa insiste em preparar pessoalmente a própria alimentação, deve-se monitorar os riscos e planejar as alternativas que garantam sua participação com o acompanhamento de uma outra pessoa. Deve-se buscar tornar o ato de cozinhar uma atividade prazerosa e compartilhada entre o cuidador e o paciente. Devem ser oferecidas tarefas simples, que não ofereçam riscos e mantenham sua participação.

     

    Fontes:

    https://www.nia.nih.gov

    http://abraz.org.br/

     

    Danyelle Ventura
    Nutricionista
    Mestre em ciências da saúde – FIOCRUZ
    Pós-graduanda em
    Prescrição de Fitoterápicos e Suplementação Nutricional, Clínica e Esportiva

     

    Lizanka Marinheiro
    Endocrinologista – UFRJ, Phd, Md – FIOCRUZ