• Mamografia de rastreio aos 40 anos, é necessário para todos? Novas evidências

    10 de junho, 2015

    SITE -MamografiaMAMOGRAFIA: NOVAS EVIDÊNCIAS

    Uma nova pesquisa recentemente publicada no New England Journal of Medicine sobre os benefícios do rastreio por mamografia antes dos 50 anos,  encontrou evidências “limitadas” que a triagem aos 40 anos impede mortes por câncer de mama.

    Os resultados provêm da International Agency for Research on Cancer, que pediu aos especialistas de 16 países para analisar as últimas evidências sobre o rastreio de câncer de mama. O que eles encontraram em sua maioria, confirmou o que os especialistas têm dito por muito tempo: para mulheres com idades entre 50 a 75, mamografias de rotina reduzem o risco de morte por câncer de mama. Para as mulheres nos seus 40 anos, no entanto, a agência encontrou apenas uma evidência limitada de tal benefício. Ainda assim, um membro, disse que a conclusão estava longe de ser unânime. Metade acredita que os dados foram suficientes para dizer que a mamografia reduz a mortalidade por câncer de mama, enquanto outros não foram persuadidos.

    O relatório, publicado em 4 de junho de 2015 pelo New England Journal of Medicine, reflete um debate de longa data. Em 2009, a Preventive Services Task Force US acendeu uma controvérsia quando mudou suas recomendações sobre mamografias – que mulheres eram aconselhadas a fazer o rastreio a cada um a dois anos, a partir de 40 anos. As diretrizes revistas dizem que exames de rotina devem começar aos 50 anos e ser feito a cada dois anos. E, as mulheres na faixa dos 40 anos devem discutir os prós e contras do rastreio com seus médicos e, em seguida, tomar uma decisão informada. No entanto, The Cancer Society and the American College of Obstetricians and Gynecologists recomendam mamografias anuais, a partir de 40 anos de idade.

    O problema, diz a força-tarefa, é que o rastreio do câncer da mama pode causar danos, por isso deve haver fortes indícios de que os benefícios superam os riscos. Os riscos incluem os resultados falso-positivos que provocam ainda mais, testes, por vezes invasivos e a ansiedade desnecessária. Mas, a preocupação maior, dizem os especialistas, é o excesso de diagnóstico e tratamento excessivo. O rastreamento tem menos benefícios para as mulheres nos seus 40 anos , que nas  mulheres mais velhas, isso é em grande parte porque o risco de câncer de mama é mais baixo. A média de 40 anos de idade tem uma chance de 1,5% de desenvolver a doença nos próximos 10 anos, enquanto que aos 60 anos existe uma chance de 3,5%.

    As mulheres devem conversar com seus médicos sobre o rastreio aos 40 anos, para descobrir se têm um alto risco de desenvolver câncer de mama, ou se tem outros problemas de saúde pessoal que podem exigir uma triagem especializada, que inclua exames de ressonância magnética anuais, além de mamografias e, em seguida, decidir por si mesmas.

    FONTE: Robert Smith, Ph.D., vice president, cancer screening, American Cancer Society, Atlanta, Ga.; Joni Avery, spokesperson, Susan G. Komen, Dallas, Texas; June 4, 2015, online, New England Journal of Medicine

     

    Lizanka Marinheiro –Endocrinologista

    Profa. Dra. Pós-Graduação em Saúde Criança e da Mulher  e Pesquisa Clínica Aplicada à Saúde da  Criança e da Mulher

    Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira – Fundação Oswaldo Cruz (IFF/FIOCRUZ)