Muitos pacientes que procuram atendimento psicológico hoje em dia, algumas vezes vem encaminhados por médicos das mais diversas especialidades. São pacientes com queixas de sintomas físicos que não apresentam uma doença orgânica presente. A questão é que muitos destes pacientes rejeitam que   suas queixas possam ser de origem psicológica e seguem a buscar uma resposta médica, sejam através de consultas e exames físicos em sequência,  muitas vezes peregrinando por médicos das mais diversas especialidades atrás de uma resposta.
Outro dado importante e grave nestes casos é que muitos fazem abuso de remédios, através da auto medicação , mesmo com a persistência dos sintomas.
Além das queixas dos sintomas físicos, estes pacientes somáticos geralmente relatam alguns sintomas de ansiedade e depressão, sem que ocorra um estado agudo destes, que por sua vez aparecem em seu discurso como algo físico. Apesar de se tratarem da ordem do  psíquico, a crença de que existe uma doença propriamente dita é real e talvez seja a forma na qual os possíveis sofrimentos e dores psíquicas destes pacientes  se manifestem.
O que geralmente acontece é a incessante busca de uma razão física para o sofrimento , e o que pode ocorrer em alguns casos, são prescrições as vezes equivocadas, de medicamentos ansiolíticos, tais como os benzodiazepínicos ou também antidepressivos sem que haja um diagnóstico claro. Estes diagnósticos específicos devem ser feitos por psiquiatras. Mas o que ocorre hoje é que vemos alguns  profissionais de outras áreas fazendo este tipo de diagnóstico e prescrição sem levar em conta os riscos de abuso e dependência.  Uma boa escuta médica e um possível encaminhamento a psicoterapia seriam, nestes casos, uma das melhores opções indicadas. Mas muitas vezes os médicos acabam recorrendo a medicamentos para aplacar os sintomas de angustia e ansiedade estes pacientes pois estes exigem uma solução rápida para o mal que os afligem.

Bettina Kligerman

bettina.kligerman@gmail.com