• Moderadores de apetite : liberados para prescrição controlada

    24 de junho, 2017

    Acaba de ser sancionada  a lei que autoriza a volta dos catecolaminérgicos ao mercado brasileiro, há 5 anos dele retirados. Lembro  que na época estava sendo lançado uma medicação injetável para diabetes,  de alto custo, que apresentava como um dos efeitos colaterais, a perda de peso, e a revista VEJA, estampava a notícia em reportagem de capa: o Victoza.

    Simultaneamente  a ANVISA, numa interferência  a meu ver, política e desrespeitando as entidades que representam os especialistas que estudam e endentem da  obesidade como a ABESO, SBEM,  SBD, retirava do mercado o Femproporex, a Anfepramona e o Mazindol.  Entendo e repeito a ANVISA como orgão regulamentador da vigilância  sanitária no país, com função de controle e participação em várias processos. Mas não tem o poder de retirar medicação alguma sem ouvir o Conselho Federal de Medicina, e as Sociedades a ele ligadas. A soberania médica, o saber médico, devem resrespitados.

    A obesidade hoje é uma epidemia mundial com consequências graves para saúde, como a hipertensão, a diabetes, certos tipos de câncer, e as doenças cardiovasculares.  Claro que o tratamento da obesidade é multidisciplinar e envolve  mudanças de hábitos alimentares e de vida, prática regular de exercícios físicos e medicação quando necessário.  E as quatro drogas aqui no Brasil existentes  são caras e não acessíves à grande parte da população.

    Como  se dará a produção pela indústria farmacêutica para o retorno dessas medicações ainda não sabemos, pois isto pode envolver processos jurídicos, e   o preço é baixo, não despertando interesse na grande indústria . Em contrapartida a pureza e procedência das mesmas pelas farmácias de manipulação não se pode garantir.

    As causas  da obesidade  são complexas e seu tratamento  é dífícil,  envolvendo uma equipe multidisciplinar. Acho que essas medicações serão importantes para aqueles que não toleram, não respondem ou não podem comprar as existentes hoje no mercado. Toda e qualquer medicação deve ser bem prescrita e sempre tem efeitos colaterais. Não existe tratamento 100% eficaz nem droga sem efeitos colaterias. Mas estas drogas, se bem utilizadas, pelos médicos que estudam e entendem da obesidade como os endocrinologistas, podem trazer benefícios para os pacientes portadores da obesidade. 

     

    Lizanka Marinheiro, Md, Phd.

    Endocrinologia- FIOCRUZ.

    Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/4720315156903644