Não é de hoje que as pessoas procuram formas fáceis de melhorar a aparência e se aparentarem ser mais saudáveis. Atualmente, os chamados “chips da beleza” ganharam fama por prometer justamente isso. Em recente matéria do G1, a repórter Bruna de Alencar mostra a opinião de especialistas e o por quê seu uso irrestrito pode prejudicar a saúde.
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O dispositivo é, na verdade, um implante subcutâneo que libera gestrinona, hormônio sintético que faz os níveis de testosterona do organismo aumentarem. Existem também outros implantes, que contém hormônios diferentes. O chamado de “chip da beleza”, em teoria, apresentaria efeitos no organismo feminino que aumentariam a massa muscular, a disposição e a libido. Contudo, nem todo organismo responde da mesma forma, e o uso desses dispositivos não é recomendado pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). De acordo com nota emitida pelas Comissões Nacionais Especializadas de Anticoncepção e Climatério da Febrasgo,
“não existem dados suficientes publicados na literatura médica a respeito da eficácia e da segurança de implantes hormonais, muitas vezes chamados de “chips” (…) em procura em bases de dados científicos, (…) o número de estudos com tais tipos de implantes é bastante reduzido e geralmente com pequeno número de participantes”.
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Além disso, a Febrasgo informa que não existem no mercado implantes hormonais industrializados aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) (com exceção do implante anticoncepcional, composto por etonogestrel).
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De acordo com especialistas, a gestrinona, componente do “chip da beleza”, é uma substância que atualmente não é mais tão utilizada no tratamento de doenças (como a endometriose, miomas e adenomiose) por conta de seus efeitos colaterais. Existem outras substâncias que causam menos reações.
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O uso desses implantes é muito arriscado, principalmente porque não há segurança na eficácia e no resultado que eles podem ter nos organismos. Por isso, é muito importante se informar e aguardar maiores pesquisas científicas e o posicionamento dos órgãos responsáveis por sua regulação.
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Dra Lizanka Marinheiro, Md, PhD.
Chefe do Setor de Endocrinologia Feminina do Instituto Nacional de Saúde da Criança, do adolescente e da Mulher da Fundação Oswaldo Cruz (IFF/FIOCRUZ).
Fontes:
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