• Obesidade: medicação e mudança de hábitos

    14 de abril, 2019

    Existem hoje no Brasil 4 drogas aprovadas para o tratamento da obesidade: a Sibutramina, o Orlistat, a Locarserina e a Liraglutida, apesar de outras também eventualmente serem usadas para o mesmo fim em certas situações, como por exemplo o Topiramato e a Bupropiona.

     

    A opção mais efetiva que temos hoje, por ter um perfil de maior segurança, reduzir o risco cardiovascular em pacientes com diabetes e cardiopatas e ter poucas contra-indicações, embora a mais cara, é a Liraglutida. No entanto a resposta a esta droga é muito variável variando de pessoa para pessoa.

    Por isso a prescrição de uma ou de outra droga, vai depender de cada paciente, seu perfil com seus hábitos alimentares, metabolismo, quantidade de exercícios físicos e os efeitos colaterais da mesma.

     

    Muito importante é lembrar que o uso de qualquer medicação para obesidade, é apenas um elemento para aumentar a adesão ao tratamento no sentido da pessoa mudar o seu estilo de vida, pois a chance de perda de 10% do peso é 3x maior de com, que sem medicação.

     

    Já o Orlistat inibe 30% da gordura que ingerimos na refeição em que é tomado, levando entre 3 a 5 % da perda de peso, podendo ser mais se for combinada com outras drogas. Tem efeitos colaterais como diarreia e flatulência, caso a pessoa coma muita gordura na refeição. Melhora o LDL-colesterol e a glicemia, e se pensa num possível efeito sobre a esteatose hepática.

     

    Por último a Sibutramina tem ação no cérebro aumentando a saciedade, fazendo com que fiquemos satisfeitos ao comermos menos. Há pessoas que não respondem bem e aquelas na qual a resposta média é entre 4 e 5 kgs segundo os estudos.

    Tem efeitos colaterais com aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial, sendo pois contra-indicada em pessoas hipertensas descontroladas e com risco de doenças cardiovasculares. Também deve-se observar seu uso com outras medicações de ação cerebral como anti-depressivos e ansiolíticos de uso psiquiátrico, pois podem influenciar no tratamento.

     

    Por fim, toda e qualquer droga deve ser escolhida por seu médico, baseada na sua história pessoal, sinais e sintomas, sempre com receita médica, escolhida e individualizada de forma que lhe ajude a aderir a mudança de estilo de vida: comer menos e de forma mais saudável e praticar exercícios físicos com regularidade chegando aos 150 minutos (pelo menos), por semana, este sim, um excelente remédio e sem contraindicações depois de uma avaliação médica.

    Lizanka Marinheiro

    Endocrinologista

    Profa. Pós-Graduação de Pesquisa Clínica em Saúde da Mulher 

    Instituto Nacional de Saúde da Mulher, Criança e Adolescente Fernandes Figueira –  Fiocruz