• Osteoporose: a importância do diagnóstico

    19 de julho, 2019

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    A importância do diagnóstico da osteoporose

    A osteoporose é uma doença caracterizada pela diminuição da massa óssea e pela deterioração da estrutura dos ossos, tornando-os mais frágeis e suscetíveis a fraturas. A manutenção da massa óssea do nosso esqueleto é resultado de um fino equilíbrio entre a formação óssea e a reabsorção óssea, mediado pelos hormônios calcitonina e paratormônio. Os indivíduos com osteoporose têm maior risco de sofrer fraturas de fragilidade, que são aquelas que ocorrem após mínimos impactos ou até espontaneamente. Muitas vezes o diagnóstico só é feito após ocorrer a fratura, pois a osteoporose não causa outros sintomas.

    Os custos econômicos e sociais relacionados à osteoporose são imensos. Na Europa, são gastos pelo menos 37 bilhões de euros por ano, e esse custo tende a aumentar por conta do aumento da longevidade. Além dos custos relacionados ao seu tratamento, as fraturas provocam um grande impacto para o paciente e seus cuidadores. Entre as suas sequelas podemos citar: dor, incapacidade física, redução da autoestima, deformidades, deterioração da qualidade de vida, necessidade de institucionalização e redução da expectativa de vida.

    Por tratar-se de uma doença silenciosa com alto impacto socioeconômico, é conveniente que a osteoporose seja diagnosticada e tratada precocemente. O principal exame complementar utilizado é a densitometria óssea. Trata-se de um exame radiológico que compara a densidade do osso do paciente com os dados esperados para um indivíduo jovem e saudável. Atualmente esse exame é feito analisando os ossos da coluna lombar e do colo fêmur. Há três resultados possíveis: densidade mineral óssea normal ou reduzida, que pode ser classificada em osteopenia ou osteoporose. Mas esse exame tem limitações, como baixa sensibilidade e mensurações que são muito suscetíveis a mudanças na composição corporal. Sendo assim, é necessário o uso outros métodos para o diagnóstico da osteoporose.

    Outro exame útil no diagnóstico da osteoporose é a tomografia computadorizada quantitativa, que também permite calcular a densidade mineral óssea, porém expõe o paciente a uma maior quantidade de radiação. Existem também ferramentas para calcular o risco de fratura com bases nos dados biográficos (idade, sexo, etnia), história pessoal e familiar de fratura de fragilidade e resultado de exames complementares. As ferramentas mais usadas são o FRAX, o QFacture e o Garvan , que estão disponíveis no site dos desenvolvedores e em aplicativos para celular. Não podemos esquecer dos marcadores de remodelação óssea, que são substância medidas no sangue ou na urina que indicam a atividade de reabsorção e formação óssea (ver tabela) . No entanto, esses marcadores tem sido mais úteis na avaliação da resposta ao tratamento do que no diagnóstico da osteoporose.

    E como disse certa vez Albert Einstein: “uma pessoa inteligente resolve um problema, um sábio o previne”. O diagnóstico e tratamento precoce da osteoporose é a chave para prevenção das fraturas de fragilidade, que são capazes de gerar grandes prejuízos.  

     

    Marianna de Almeida Mendes

    Ginecologista e Obstetra. Pós-graduanda de Endocrinologia Feminina no Instituto Fernandes Figueira

    Contato: marianna.mendes@gmail.com

    Instagram @mariannamendesginecologia

    Referências:

    1. Fuggle, NCR; Curtis, EM, et al. Fracture prediction, imaging and screening in osteoporosis. Nature Reviews – Endocrinology, 2019. Disponível em: < https://www.nature.com/articles/s41574-019-0220-8>.
    2. Vieira, JGH. Marcadores do metabolismo ósseo orientam o tratamento e o seguimento clínico da osteoporose. Fleury Medicina e Saúde, edição nº 6 – 2010. Disponível em < http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/revista-medica/materias/Pages/marcadores-do-metabolismo-osseo-orientam-o-tratamento-e-o-seguimento-clinico-da-osteoporose.aspx >