• REMÉDIOS PARA BAIXAR O COLESTEROL- VOCÊ TEM MEDO DE USAR?

    5 de outubro, 2020

    Você já deve  ter feito esta pergunta antes para algum médico? Preciso tomar esta medicação até quando e por quanto tempo?

     Seja para qual doença for. Em se tratando de doenças crônicas não transmissíveis, como hipertensão, obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares, que são de alta morbimortalidade no mundo inteiro, sabemos que a prevenção é mais que importante. Desde cedo, insistimos para que nossas crianças, jovens e adultos, procurem ter uma alimentação saudável e sejam fisicamente ativos. Mas ainda vemos altas taxas dessas doenças e uma dificuldade imensa na adesão de muita gente por muitos motivos, a terem um estilo de vida adequado e o que chamamos, saudável.

     

    Uma das coisas que mais impactam hoje em mortes, é a doença cardiovascular. Tanto em homens quanto em mulheres. E hipertensão, diabetes, colesterol alto e obesidade são fatores de risco altíssimos para ela. Congressos recentes e guidelines de várias sociedades médicas nacionais e internacionais de Endocrinologia, Cardiologia, Diabetes e Obesidade são unânimes em seus protocolos rígidos e consensos de tratamentos medicamentosos para estas doenças, preconizando INCLUSIVE, associação mais precoce e agressiva de drogas para uma melhor e maior resolutibilidade de casos.

     

    Com relação as taxas elevadas de colesterol no sangue, o que se chama de dislipidemia, caso não melhore com dieta e prática regular de exercícios físicos, há a indicação absoluta de tratamento contínuo com medicações chamadas estatinas e/ ou de outras classes terapêuticas mais modernas para tal!

    Isso impacta na redução de mortalidade dos eventos cardiovasculares! Para cada 40 mg/dl no LDL colesterol reduzido no sangue há uma  redução nas mortes por AVC, DAC  mortalidade por outras causas, eventos cardiovasculares maiores, IAM não fatal, AVC isquêmico entre outras.

     

    Outra questão entre riscos e benefícios da droga. Cada remédio, como sabemos, não é isento de efeitos colaterais. Isso não existe. Logo temos que levar em conta seus riscos e benefícios. Com relação ao benefício das estatina no caso, o seu benefício de reduzir o LDL-C em 80 mg/dl por 5 anos em 10.000 pessoas foi segundo estudos, de prevenir 1000 eventos em prevenção secundária(10% de benefício absoluto), e de prevenir 500 eventos em prevenção primária ( 5 % benefício absoluto). Já o risco de tratar 10.000 indivíduos com estatina seria ter 5 casos de miopatia, 5-10 casos de AVC- hemorrágico ( risco 0,05-0,1%), ou 50-100 casos de diabetes (05%-1%)!

     

    Quem precisa ter o colesterol reduzido então? 

     

    Pelas diretrizes da Associação Americana de  Cardiologia /2018 

    • aquelas pessoas com menos de 75 anos que já tem doença cardiovascular estabelecida
    • pessoas com mais de 21 anos com LDL colesterol>190mg/dl de causa primária
    • indivíduos de 40 a 75 anos com diabetes com LDL-C 70-189mg/dl
    • Indivíduos sem DAVC ou diabetes entre 40 a 75 anos com LDC-C 70-189 mg/dl e rico estimado em 10 anos >=20%

    Existem metas para cada paciente em particular. Seu médico saberá com certeza avaliar caso a caso, pois cada um tem seu risco, sua história particular, seus exames, o que é avaliado mediante o que chamamos de estratificação de risco.

     

    Ainda existem drogas mais novas, mais potentes e mais caras que as estatinas, que podem ser usadas caso estas não funcionem, e associadas com elas.

     

    Concluindo, o que sabemos com certeza, e que:

    • Níveis de colesterol alto é causa de doença cardiovascular e morte
    • Reduzir Ldl-C previne eventos cardiovasculares de forma segura
    • Tratamentos com remédios funcionam e tem maior benefício proporcional ao risco
    • Associações de medicamentos hoje são indicados e seguros SE forem necessários, devido a potência e segurança

     

    Mas como sempre enfatizamos que desde 2012 quando criamos este site:

     a prevenção AINDA É O MELHOR REMÉDIO!

    Se cuide.

     

    Lizanka Marinheiro- Md, Phd

    Endocrinologista 

    Instituto Nacional de Saúde da Mulher Criança  e Adolescente Fernandes Figueira

    FIOCRUZ