• Transtornos alimentares na quarentena

    23 de agosto, 2020

    Transtornos alimentares na quarentena

     

    O estresse diante a pandemia e quarentena, como medo do contágio, da morte, o desemprego, a ansiedade e tristeza relacionadas ao isolamento social, a dificuldade de conciliar as atividades domésticas e as demandas familiares com as exigências do home office e a perda de um cotidiano estruturado impactam o emocional de todos. Em pessoas que sofrem de transtornos alimentares esses sentimentos e emoções ficam exacerbados, podendo levar a busca por alimentos quem resultem em sensação de prazer e bem-estar imediato.

    A compulsão alimentar é o transtorno alimentar mais comum, relacionada ao sobrepeso e obesidade, que é um dos fatores de risco para o agravamento da Covid-19. Em pacientes obesos, as chances da infecção se desenvolver rapidamente para a síndrome respiratória aguda grave, insuficiência respiratória aguda e outras complicações são aumentadas.

    Outros transtornos alimentares como anorexia e bulimia, apesar de não listados como fatores de risco para agravamento da Covid-19, também podem tornar a infecção pelo novo coronavírus mais grave, pois pessoas com distúrbio alimentar e baixo peso têm maior risco de complicações médicas associadas à desnutrição.

    A anorexia é um distúrbio de imagem corporal, caracterizada pela recusa alimentar. A bulimia é caracterizada por episódios de comer exageradamente, com um sentimento de perda de controle, e comportamentos compensatórios. Os transtornos alimentares apresentam em comum a sensação de falta de controle sobre a comida. Com o isolamento social, as fontes de prazer ficaram muito reduzidas, e a comida acabou tendo essa função de trazer alguma satisfação e de acalmar.

    Esses distúrbios também estão relacionados à sensação de vazio, evidenciado pelo isolamento social, que privou as pessoas de fontes de prazer e sociabilidade. O tratamento deve ser individualizado, visando à promoção de hábitos alimentares saudáveis, a cessação de comportamentos inadequados e a melhora na relação alimento e o corpo.

     

    Fonte Faperj/Débora Motta

     

     

    Marcela Perdomo Rodrigues, nutricionista, Doutora em Cardiologia e Ciências Cardiovasculares – UFRGS

    CRN4 19102406

    Lizanka Marinheiro – Endocrinologista, Md, PhD -Instituto Nacional de Saúde da Mulher Criança e Adolescente Fernandes Figueira – FIIOCRUZ