• Diabetes Gestacional e tireóide

    13 de maio, 2021

    Diabetes gestacional e tireoide

    Diabetes gestacional e hormônios tireoidianos e placentários: existe relação?

    O diabetes gestacional é uma doença de grande prevalência no mundo e associada à diversas complicações, como: pré-eclâmpsia, nascimento de feto com peso excessivo, maior risco de mãe e filho desenvolverem diabetes no futuro, dentre outras. Por ser uma doença cada vez mais comum, estudos têm sido feitos com o intuito de identificar mais precocemente no pré-natal as pacientes com maior risco de desenvolvê-lo (uma vez que o seu diagnóstico é feito, em geral, entre 24-28 semanas de gravidez, através de um exame chamado teste oral de tolerância à glicose – TOTG, com a aferição dos níveis de glicose presentes no sangue materno em diferentes intervalos).

    A gonadotrofina coriônica humana (hCG) é um hormônio produzido pela placenta durante a gestação, e, dentre outras funções, é capaz de estimular o funcionamento da tireóide materna. Em abril deste ano foi publicado um estudo realizado entre os anos de 2015 e 2016 na China, envolvendo mais de 18 mil gestantes, com o objetivo de avaliar se havia alguma relação entre os níveis de hCG materno no 1º trimestre e o desenvolvimento de diabetes gestacional, e se isto seria mediado pelos hormônios da tireoide.

    O estudo pôde concluir que gestantes que apresentaram altos níveis de hCG no início da gravidez tiveram taxas mais baixas de glicose no TOTG e, consequentemente, menor risco de desenvolvimento de diabetes gestacional. Além disso, também verificou que os hormônios tireoidianos têm um importante papel nessa associação.

    Esse estudo mostrou a importância de cada vez mais se pesquisar formas precoces de rastrear o risco de diabetes gestacional de uma paciente, com o intuito de que mudanças no estilo de vida sejam adotadas para evitar a ocorrência desta doença tão frequente hoje em dia.

     

     

    Anna Beatriz Ramalho

    Ginecologista e Obstetra – UERJ

    Pós-graduanda em Endocrinologia Feminina – IFF/FIOCRUZ

     

    Fonte: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33619987/