• Pré diabetes o que é? E como prevenir?

    15 de novembro, 2022

    Um fator de risco contínuo para desfechos micro e macrovasculares é a hiperglicemia. O pré diabetes é uma condição de risco para o desenvolvimento de diabetes mellitus tipo II (DM II), doença caracterizada pela elevação da glicose no sangue.

    Indivíduos mais idosos, com sobrepeso, obesidade, síndrome metabólica, doenças cardiovasculares prévias histórico familiar de DM II e histórico de diabetes gestacional, tem mais chances de adquirir a doença.

    Cerca de 25% dos indivíduos progridem para o diabetes mellitus, 50% permanecem no mesmo estado e 25% são passíveis de reversão.

    Os exames laboratoriais de rotina desses pacientes são indicadores que devem ser observados. Algumas taxas podem alertar sobre o risco da doença, como HDL menor que 35mg, triglicérides maior que 250, hemoglobina glicada (HbA1c) entre 5,7% a 6,4%, glicemia de jejum entre 100 a 125mg\dL e glicemia após 2 horas de TOTG entre 140 a 199mg\dL. Esses exames são essenciais também para avaliar pacientes assintomáticos.

     Apesar do pré diabetes ser uma doença na maioria das vezes silenciosa, há alguns sinais físicos que podem indicar a doença, como perda de peso, cansaço frequente, poliúria (vontade frequente de urinar), visão embaçada e acantose negricans, que é um escurecimento na pele, com textura grossa e aveludada, principalmente nas regiões do pescoço, das axilas e nas dobras do corpo.

    A insulina também deve ser avaliada pois a resistência a insulina é fator de risco para o pré diabetes e diabetes. Uma insulina alta indica que o pâncreas está produzindo uma quantidade muito maior de insulina para manter os níveis ideais de glicose no sangue.

    Embora seja um sinal de alerta, o pré diabetes pode ser reversível, mas para isso algumas mudanças no estilo de vida são necessárias. Exercícios físicos devem fazer parte da rotina desses pacientes no dia a dia como pelo menos 150 minutos de atividade física aeróbia de moderada intensidade, como caminhada, corrida, natação e bicicleta.

    Além disso, uma alimentação balanceada rica em frutas, verduras, legumes, de preferência com cereais integrais e em fibras, ajudam a reduzir o nível de glicemia no sangue, assim como evitar o consumo de alimentos industrializados, ultraprocessados e ricos em açúcar, como bebidas adocicadas.

    Uma boa ingestão hídrica diária também faz parte de bons hábitos de saúde.

    Dra. Lizanka Marinheiro, Md, PhD. Médica endocrinologista e pesquisadora no IFF/FIOCRUZ.