• TIRZEPATIDA – Novo tratamento para obesidade e sobrepeso em pesquisa

    5 de maio, 2022

    Essa semana tivemos notícias promissoras de um novo medicamento para o tratamento da obesidade e do sobrepeso. A Tirzepatida é uma nova medicação que está sendo pesquisada e produzida pelo laboratório Eli Lilly and Company, que alcançou um resultado surpreendente nos últimos dias, com a divulgação do resultado de um ensaio clínico. Participaram desse primeiro ensaio 2.539 adultos com obesidade ou sobrepeso com pelo menos uma comorbidade (sem diabetes). Os participantes foram aleatoriamente divididos em 4 grupos, um grupo foi designado para receber o placebo, enquanto os outros 3 grupos receberam doses de Tirzepatida, variando de 5 a 15 miligramas, as doses eram injetadas 1 vez por semana. Todos os grupos receberam indicação dietética de restrição calórica, simultaneamente. Os grupos que receberam a dosagem de Tirzepatida alcançaram reduções médias de até 22,5% do peso corporal inicial, o que correspondeu a 22kg em média,  enquanto o grupo placebo perdeu apenas cerca de 2,4% do peso inicial, perda típica em estudos de dietas.

    Resultados semelhantes só eram alcançados, até então, com cirurgias bariátricas. A Tirzepatida, assim como a Semaglutida (medicamento aprovado para tratamento da obesidade em 2021), pertencem a uma nova classe de drogas chamadas Incretinas. Trata-se de hormônios naturais que retardam o esvaziamento do estômago, regulam a insulina e diminuem o apetite, cujos efeitos colaterais, que podem incluir náuseas, vômitos e diarreias, são toleráveis e até irrelevantes para a maioria dos pacientes. Os estudos clínicos do laboratório Eli Lilly continuarão para garantir a segurança e a eficácia da Tirzepatida como tratamento da obesidade e sobrepeso.

    Para os participantes que foram avaliados com pré-diabetes, o estudo continuará por mais 104 semanas, para avaliar o peso corporal e a progressão da pré-diabetes para diabetes tipo 2, avaliando o tratamento com Tirzepatida e com o placebo e seus resultados em ambos os casos. 

    São boas notícias, que temos que seguir acompanhando para observar bem os impactos e analisar a segurança do tratamento, sendo esta mais uma opção para o tratamento da obesidade.

    Dra Lizanka Marinheiro, Md, PhD. Endocrinologista e Pesquisadora no IFF/FIOCRUZ.