A Sociedade Norte-Americana de Menopausa (NAMS) atualizou em julho de 2022 as diretrizes para terapia de reposição hormonal. Nos últimos anos, a literatura científica da área teve importantes adições relacionadas ao equilíbrio entre riscos e benefícios para os sintomas da menopausa. Já os estudos randomizados e controlados com dados sobre os riscos associados à duração prolongada ainda são escassos. Os riscos associados ao uso dependem do tipo, dose, duração, via de administração, momento do início e presença de um progestagênio.

A recente declaração da NAMS confirmou a terapia hormonal como o tratamento mais eficaz para os sintomas vasomotores de mulheres na menopausa; além de reforçar seu uso em casos de síndrome geniturinária da menopausa e para prevenção de perda óssea e de fraturas. A Sociedade incluiu, entre as recomendações, a importância da reavaliação periódica do perfil de risco-benefício; orientação adequada às pacientes sobre dose, duração e via de administração; além de recomendações específicas para cada perfil de paciente (menopausa prematura, mulheres com mais de 65 anos, e etc). Em geral, para mulheres com idade inferior a 60 anos e que estão dentro do período de 10 anos após o início da menopausa, não havendo contraindicações, os benefícios da terapia hormonal superam os riscos.

O tratamento, portanto, deve ser individualizado a partir das melhores evidências disponíveis, com contínua reavaliação de riscos e benefícios. Reforça-se, ainda, a importância da tomada de decisão compartilhada com a paciente e das orientações relacionadas às opções de tratamento.

Referência:

FAUBION, Stephanie S. et al. The 2022 hormone therapy position statement of The North American Menopause Society. Menopause, v. 29, n. 7, p. 767-794, 2022.

Dra. Lizanka Marinheiro, PhD. Médica Endocrinologista e professora/pesquisadora do IFF/FIOCRUZ.